segunda-feira, 3 de maio de 2010

1º DE MAIO – PODEMOS COMEMORAR?




Os festejos relativos ao 1º de maio, dia o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, estão relacionados as conquistas dos trabalhadores durante um longo período da História. Desde o início do século XIX a historiografia nos mostra como os trabalhadores, após a Revolução Industrial, começaram a se engajar em movimentos que lutassem por seus direitos. Não podemos imaginar que tudo se deu sem luta, uma vez que as reações contra a jornada de trabalho (que em 1780 chegava a 80 horas por semana nas indústrias têxteis) eram sempre abafadas pelas autoridades.

A Revolução Industrial iniciou-se na Grã-Bretanha, no rastro das Revoluções Burguesas do século XVIII. Tais revoluções foram responsáveis pela crise no Antigo Regime e, posteriormente, pela passagem do capitalismo comercial para o industrial. Marx, ao teorizar sobre o fato, diria que o capitalismo era um produto da Revolução Industrial e não sua causa.

Em relação a população, a Revolução Industrial provocou mudanças profundas na vida do trabalhador rural, que migrou em massa para as grandes cidades, favorecendo o aparecimento de altas concentrações urbanas. Os operários viviam em condições desumanas, morando em cortiços, comendo mal e sujeitos a doenças, acumulando muitas horas de trabalho que não eram recompensadas de acordo com o volume de trabalho executado pelo operário.

A indignação com essa situação crescia de tal forma que surgiram movimentos em prol dos trabalhadores, como o Ludista (1811-1812, que ficou conhecido por invadir fábricas e quebrar máquinas) e o Cartista (1837-1848, que lutou pelos direitos políticos). A característica destes movimentos era a organização, fato que trouxe muitos benefícios para os trabalhadores.

Em 1889, no dia 20 de junho, a central sindical chamada Segunda Internacional, instituiu o 1º de maio como data maior dos trabalhadores organizados, entretanto somente em 1919 o senado francês proclamou a data como feriado nacional.

Depois da França, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil a oficialização da data aconteceu em 1924 no governo de Artur Bernardes. Tempos depois, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício das classes proletárias passaram a ser anunciadas nesta data.

Atualmente o 1º de maio é visto pela maioria dos trabalhadores como dia de descanso. As manifestações de luta ficam restritas as centrais sindicais e aos partidos políticos, que junto a seus seguidores, promovem eventos em todo o país para convocar o trabalhador a refletir sobre as seus ideais e sobre como as coisas podem mudar para melhor em relação a jornada de trabalho. O próprio presidente Lula participou de um grande evento, em São Bernardo do Campo (SP), onde citou as conquistas dos trabalhadores e do país nos últimos anos, sempre com lembranças à situação anterior a seu governo.

Quem sabe um dia, após uma conscientização maior de todas as classes, poderemos pensar em um 1º de maio realmente dedicado ao trabalhador, aquele que realmente move o país em busca de dias melhores.

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